quinta-feira, 9 de maio de 2013

IMPERFEIÇÕES CONTÁBEIS


A Contabilidade, como ciência social, admite variações e ajustes, sujeita inclusive a critérios subjetivos, o que leva a imperfeições.
Talvez retrucássemos: “Não pode ser assim! Temos normas e especificidades a seguir, não podemos admitir a imperfeição no resultado de nosso trabalho!”
Lamento, na prática verificamos que as coisas são diferentes, os que pensam em exatidão de 100% são perfeccionistas, e não realistas.
Dentro das técnicas contábeis, inúmeras são as interpretações que podem ser divergentes entre profissionais do mesmo nível. Por exemplo: o ajuste a valor presente, deverá ser feita a que taxa? A taxa de mercado, ou a taxa efetiva (real) do custo médio de captação de recursos de terceiros do empreendimento?
Outra: a provisão do imposto de renda deve ser feita com base no entendimento (jurídico) da organização, levando em conta as disputas judiciais com o fisco, em favor da organização, ou contra ela? Lembrando que uma das maiores empresas do Brasil, a Vale do Rio Doce, tem bilhões em questionamentos judiciais fiscais não provisionados em seu balanço…
A afirmativa que as imperfeições contábeis são inerentes ao dia-a-dia de sua execução não nos leva a concluir que a contabilidade, como ciência, não é útil ou não se presta a determinar controle patrimonial ou outros fins, apenas revela que ainda estamos evoluindo, em termos de conhecimento e aplicação das técnicas. Como também outras ciências. Afinal, se o conhecimento científico pleno fosse atingido, poderíamos encerrar os centros de pesquisa e desenvolvimento, as inovações, e simplesmente descansar, mandando os computadores fazerem o resto…
Não é assim: o profissional contábil, tanto o que executa, quanto o que pesquisa, escreve, analisa, coordena, controla, administra… continua e continuará imprescindível às organizações. Imperfeições não impedirão (nem devem) ser obstáculos à nossa motivação de prosseguir com o progresso da pesquisa contábil e sua aplicação prática.
O que se recomenda: não caia na mesmice, fazendo tudo mecanicamente, sem questionar, pesquisar, informar-se, e até mudar. O balanço de uma empresa, por exemplo, é estático (representa apenas a posição patrimonial e financeira em determinado momento) – poderíamos afirmar que o balanço é dinâmico, muda diariamente, pelas mutações patrimoniais.
Interaja com este artigo, enviando seus comentários e observações, vamos avançar para que a contabilidade, no Brasil, seja cada vez digna de boa notoriedade, e que nós, profissionais, sejamos verdadeiramente contributivos para o alcance da excelência desta importante ciência social!

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